Obesidade e Transtornos Alimentares
O trabalho e a investigação do paciente obeso normalmente é realizado através de uma equipe multidisciplinar.
Aqui enfocarei os aspectos emocionais e psicológicos interligados, que são pano de fundo para esta problemática. Há de existir uma singularidade no trabalho terapêutico com as pessoas obesas. Entendo que a obesidade é a expressão dos conflitos internos e externos se realimentando. Importante traçar aqui um paralelo explicativo: Fome e Apetite. A Fome traz uma “dor” biológica, desprazerosa e como solução a essa dolorida sensação, a comida funciona como objeto da remoção dessa “dor” e, ao mesmo tempo de saciedade.
O apetite procura o prazer, que por sua vez foge o controle das questões de saciedade, passando a ser regida pela sensação de “tranquilizante”. Aqui a equação ingerir comida como alimento não é mais válida. É inesgotável o tamanho e o campo investigativo para se entender o significado subjetivo que essa nova “equação do comer para se tranquilizar” possa assumir. No processo de desenvolvimento psicológico, “mães/ou quem cuidou” sendo mais permissivas (os) evitando privar e conter a frustração de seus filhos, acabam por modelar o comportamento de “incorporação” do alimento. Outros pesquisadores entendem ainda que no processo de desenvolvimento emocional, existe uma grande influência das pessoas com quem há grande identificação e amor, e por assim dizer, negligenciam seus próprios corpos para assumirem a imagem corporal destes que tanto amam.
É um conflito entre o que se é e o que se deseja e pode ser. Estudos e outras compreensões sobre a obesidade apontaram para a dinâmica inconsciente do obeso ter o controle sobre as figuras parentais; que a gordura serve como uma camada protetora de algo encoberto. O paciente obeso vivencia grande dificuldade em atividades sociais, por vergonha e sentimentos de inferioridade. No tratamento é importante considerar que a obstinada tentativa de controle do peso não é o foco do trabalho psicoterapêutico e sim as questões de ordem emocionais que desvelam o comportamento do obeso.
Acordos e a construção de compromissos entre paciente e terapeuta é uma ferramenta muito importante no processo de melhora.
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